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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A redação do relógio

     Lembro-me como hoje de uma conversa que tive com meu professor de Redação, Osvaldo. Na ocasião era churrasco em comemoração ao término do ensino médio e eu, por motivos particulares, perguntava insistentemente a hora. De tanto perguntar, e consciente de que estava sendo irritante, disse: - Irei escrever uma redação sobre o relógio! Osvaldo, com sua paciência, respondeu: - É melhor escrever sobre o tempo...

       Passaram-se quase 9 anos e nesta última semana me veio a necessidade de escrever sobre o tempo. A necessidade surgiu de uma conversa com um amigo, onde eu dizia para que ele tivesse paciência, as coisas têm seu tempo. 

       No mesmo instante em que falei, fiquei reticente com minhas palavras. Esta frase, de tão clichê, não é bem interpretada. Talvez, quem a disse pela primeira vez não tivesse noção do equívoco que causaria. A frase "cada coisa em seu tempo", parece dizer que as coisas têm um tempo próprio para acontecer. Porém, quem dá tempo às coisas, senão nós mesmos? 

       Esse tempo refere-se à pessoa que está ouvindo a frase. As coisas tem o tempo dela, da pessoa. Ou seja, nossos projetos, sonhos, planos, têm o nosso tempo, o tempo que conseguimos persegui-los, o tempo de nossa liberdade. Falar assim parece esbarrar no idealismo, mas essa ideia está longe disso.  Em nossa existência, as questões sócio políticas são consideradas, mas este texto não pretende ser mais que uma memória e uma reflexão sobre nossa liberdade, deixo as discussões profundas para os filósofos...

domingo, 12 de janeiro de 2014

Reflexões de ano novo

As palavras que colocarei aqui são fruto de alguns processos e pensamentos....
Na verdade, evito sempre me posicionar em relação a alguma coisa por aqui, visto que nem sempre é bem interpretado.
Esperei o momento certo para escrever e postar...
Pode até parecer um tema batido, mas se ainda pensamos sobre ele, é porque ainda existe a necessidade de debate. Vejamos...

Em geral, com a chegada do novo ano, somos bombardeados por questionamentos sobre o que passou e o que conseguimos atingir, dentro das numerosas e homéricas metas traçadas. Tendo feita essa análise, geramos novas metas e necessidades (as vezes necessidades desnecessárias, como diria Wado).
Nesse interim, algumas questões são esquecidas, embora sejam elas as mais importantes:

De que adianta dinheiro, se as relações são compradas?
De que adianta viagens, se você continua o mesmo?
De que adianta sucesso profissional, se não consegue enxergar a importância das profissões que não são a sua?
De que adianta viver na diversidade, se não tem compromisso com a defesa da igualdade?

Ainda quem reflete constantemente sobre estas questões, em algum momento se vê permeado pela falta de resposta para elas, percebe que comporta-se de forma robótica para o alcance das metas.
Na verdade, o ser humano vem perdendo a capacidade de dar sentido às coisas, por isso tantas perguntas sem respostas. Por isso, a grande maioria, ao ler as perguntas acima identifica-se apenas com o que ela traz de meta. Alguns, infelizmente, ainda não conseguem compreender sua segunda parte e, menos ainda, ter a simplicidade de auto avaliar-se.