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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Diabólicas Relações

Segundo Rollo May, em seu livro "A Coragem de Criar", o problema, a neurose e seus elementos é descrito pelo antônimo de simbólico, ou seja, diabólico, que significa "separar".
Achei interessante a perspectiva de Rollo May sobre o significado da palavra diabólico em relação ao estudo das neuroses. Interessante porque em geral essa palavra é usada em assuntos de cunho religioso.
Fiquei, então, a pensar: Quantas relações diabólicas possuímos ? Quantas mantemos para a vida toda ? Algumas, em determinados momentos, são mascaradas pela mudança que nos proporciona. É preciso, claro, estar se reinventando. Acredito que essa reinvenção acontece do encontro entre as pessoas, o eu e o tu criando um nós e assim um novo eu e um novo tu. Mas até que ponto essa reinvenção, chamada por nós popularmente de mudança, não está nos separando (voltando ao significado da palavra diabólico) de nós mesmos ? Estamos sendo mais humanos, demasiadamente humanos, tendo a coragem de sermos nós mesmos ?
Acredito, também, que em algumas relações acontece uma destruição da forma original e potencial de nós mesmos, onde perdemos o sentido próprio.....
até que a mesma relação, em um de seus momentos não diabólicos, nos proporciona a saída do caos que ela representava para o processo dinâmico de tornar-se pessoa!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Memórias, Crônicas e Declarações de Amor

Ontem, faltando alguns minutos para hoje, recebi uma mensagem no celular, me assustei pelo tardar da hora, mas ao pensar sobre ela e algumas coisas mais, não consegui deixar de escrever as linhas que seguem.
A mensagem foi de alguém que eu gostei muito, nada de paixão avassaladora, nem borboletas no estômago ou canções de recordação, mas era especial sim. Talvez ele esteja até lendo, não sei. Só sei que a mensagem, por fazer referência ao nosso afastamento, me trouxe recorações de alguns grandes amores, paixões de tirar o fôlego, o sono, a concentração, de liberar energia acumulada, choro imprevisível, insanidade latente.
Não pude, é claro, deixar de lembrar com carinho todas essas emoções que senti. E achei estranho. Foi a primeira vez que ri ao lembrar da espera por uma ligação, do chocolate que ganhei e das brigas que travei. Tentanto entender essa sensação nostálgica do que, na época, era desagradável, lembrei da personagem Maria Helena do Woody Allen ao dizer que o amor só é romântico quando não é possível concretizá-lo e me vi cheia de histórias para contar...
Paralelo a isso, pensei: Qual limite entre amor romântico e falta de estrutura relacional ? É confuso escrever e lançar idéias sobre isso, mas, talvez, o ideal mesmo seja viver.